Autora: Marjane Satrapi (língua Original: Francês)
Editora da versão portuguesa: Contraponto
Já andava a namorá-lo há algum tempo.
O título e a rapariga de véu chamaram-me da sua prateleira há alguns meses e eu
aproximei-me virei o livro e li a sinopse. Agradou-me. Agradou-me muito. Ficou
guardado na lista de “Livros A Comprar Assim Que Puder” durante muito tempo e
sempre que o via apertava-me a garganta. Estava mesmo com muita curiosidade
para o ler. Tinha o pressentimento que iria ser “daqueles”.
O momento “Comprar Assim Que Puder”
não veio naturalmente mas foi forçado por um dia menos bem-disposto que me leva
a cometer loucuras como comprar uma quantia exorbitante de livros só porque me
apetece ler. Ignorando as dezenas, de outras vagas de loucura, que tenho em casa à espera de serem lidos, trouxe
Persépolis para o meu lar. Mentira. Sentei-me na esplanada e comecei
imediatamente a devorá-lo.
Quando o abri tive uma surpresa muito agradável: era uma
novela gráfica! Fiquei imediatamente apaixonada. Para além de gostar de BD, ler
uma história aos quadradinhos sobre o Irão ia ser muito interessante.
Engane-se quem pensa que por detestar BD não vai gostar desta
obra de Marjane Satrapi. Agrada a Gregos e Troianos. Aliás, só o enriquece. É a
história de uma rapariguinha que assiste ao início da revolução xiita no Irão...
e é “daqueles”.
1 – A
Estrutura Lógica de Persépolis é o fio condutor da história e ajuda-nos a
compreender o que é realmente importante reter em cada “episódio”. Existem
muitas histórias dentro de histórias, mas Satrapi conduz-nos com mestria e
simplicidade.
2 –
O Grafismo simples, bem elaborado e contrastante (preto no branco)
ajuda a transmitir a história de forma eficiente e resultam muito bem tanto no
tom cómico como dramático.
3 – O Contraste...entre o estilo dramático...
4- ...e a comédia.
Dramático mas hilariante: é assim que Satrapi nos mostra o retrato
de uma realidade que conhecemos da televisão, mas que não conhecemos realmente. Ri-me bastante, chorei um pouco mais e aprendi muito. É uma obra inesquecível,
muito fácil de ler mas longe de ser uma obra vazia. Apresento algumas críticas
abaixo que me agradaram. Como alguém disse: é um monumento.
Recomendo a quem gosta de ler romances e não gosta de ler BD,
a quem gosta de ler BD mas não gosta de ler romances, a quem não gosta de ler,
a quem percebe sobre o assunto e a quem não percebe rigorosamente nada sobre o
assunto. Não vão arrepender-se.
P.S.: Também existe o filme de animação Persépolis (2007).
Confesso que ainda não vi, mas promete. Em breve, vou tentar vê-lo. Segue o
mesmo estilo da obra e foi muito bem recebido pelos críticos.
O que dizem os outros:
5 comentários:
Aconselho vivamente o filme também! Uma obra extraordinária. :)
Avidni, já está nos planos deste fim-de-semana! :D
Único e indispensável :)
Xu, é realmente isso! Um monumento :)
Enviar um comentário