Vivemos à margem, nas margens...

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Este é o pedaço de território onde queremos partilhar as nossas aventuras ao longo do comprido rio que temos vindo a seguir. Dois olhares diferentes, duas vistas distintas, mas sempre guiadas pelo mesmo farol...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

História de uma Leitura #1: Persépolis

Obra: Persépolis– versão Integral
Autora: Marjane Satrapi (língua Original: Francês)
Editora da versão portuguesa: Contraponto



Já andava a namorá-lo há algum tempo. O título e a rapariga de véu chamaram-me da sua prateleira há alguns meses e eu aproximei-me virei o livro e li a sinopse. Agradou-me. Agradou-me muito. Ficou guardado na lista de “Livros A Comprar Assim Que Puder” durante muito tempo e sempre que o via apertava-me a garganta. Estava mesmo com muita curiosidade para o ler. Tinha o pressentimento que iria ser “daqueles”.

O momento “Comprar Assim Que Puder” não veio naturalmente mas foi forçado por um dia menos bem-disposto que me leva a cometer loucuras como comprar uma quantia exorbitante de livros só porque me apetece ler. Ignorando as dezenas, de outras vagas de loucura,  que tenho em casa à espera de serem lidos, trouxe Persépolis para o meu lar. Mentira. Sentei-me na esplanada e comecei imediatamente a devorá-lo.


Quando o abri tive uma surpresa muito agradável: era uma novela gráfica! Fiquei imediatamente apaixonada. Para além de gostar de BD, ler uma história aos quadradinhos sobre o Irão ia ser muito interessante.
Engane-se quem pensa que por detestar BD não vai gostar desta obra de Marjane Satrapi. Agrada a Gregos e Troianos. Aliás, só o enriquece. É a história de uma rapariguinha que assiste ao início da revolução xiita no Irão... e é “daqueles”.

1 – A Estrutura Lógica de Persépolis é o fio condutor da história e ajuda-nos a compreender o que é realmente importante reter em cada “episódio”. Existem muitas histórias dentro de histórias, mas Satrapi conduz-nos com mestria e simplicidade.
2 – O Grafismo simples, bem elaborado e contrastante (preto no branco) ajuda a transmitir a história de forma eficiente e resultam muito bem tanto no tom cómico como dramático.
3 – O Contraste...entre o estilo dramático...
4- ...e a comédia.
Dramático mas hilariante: é assim que Satrapi nos mostra o retrato de uma realidade que conhecemos da televisão, mas que não conhecemos realmente. Ri-me bastante, chorei um pouco mais e aprendi muito. É uma obra inesquecível, muito fácil de ler mas longe de ser uma obra vazia. Apresento algumas críticas abaixo que me agradaram. Como alguém disse: é um monumento.
Recomendo a quem gosta de ler romances e não gosta de ler BD, a quem gosta de ler BD mas não gosta de ler romances, a quem não gosta de ler, a quem percebe sobre o assunto e a quem não percebe rigorosamente nada sobre o assunto. Não vão arrepender-se.

P.S.: Também existe o filme de animação Persépolis (2007). Confesso que ainda não vi, mas promete. Em breve, vou tentar vê-lo. Segue o mesmo estilo da obra e foi muito bem recebido pelos críticos.

 O que dizem os outros:



5 comentários:

Avidni disse...

Aconselho vivamente o filme também! Uma obra extraordinária. :)

A.G. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
A.G. disse...

Avidni, já está nos planos deste fim-de-semana! :D

Xu disse...

Único e indispensável :)

A.G. disse...

Xu, é realmente isso! Um monumento :)