Vivemos à margem, nas margens...

Vivemos à margem, nas margens...

Este é o pedaço de território onde queremos partilhar as nossas aventuras ao longo do comprido rio que temos vindo a seguir. Dois olhares diferentes, duas vistas distintas, mas sempre guiadas pelo mesmo farol...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Vómito de palavras

Para quem é apologista da Democracia, do livre arbítrio, do "I can do whatever the f*** I want" sempre dentro do limite de não prejudicar os outros... para quem está sempre a trabalhar em não se importar com a opinião dos outros, irrita-me profundamente que a minha liberdade de casar com quem quero e ter filhos com quem quero, tenha de ser discutida em praça pública, para a frente e para trás, aprovada legalmente e publicada no Diário da República.

É uma coisa tão pessoal, de que ninguém tem absolutamente nada a ver com isso, e que cumpre o critério de "não prejudicar os outros", que acho isto, na sua essência, ridículo e irritante.

Para isso, cada casal que se quisesse casar ou engravidar, devia passar por um processo jurídico para o público em geral ter a certeza que são aptos e que ninguém vai sofrer com as consequências dos seus actos. Mas não... podem fazer o que querem e ser a pior família do Universo desde que tenham dois órgãos genitais distintos.

Sou uma mulher afectuosa, e gosto de outra mulher afectuosa. Somos boas pessoas e queremos "dar" mais ao Mundo. E criar família. Porque é que hei-de dar justificações a alguém ou esperar a aprovação de quem quer que seja para isto?

Porque duas mulheres "metem nojo"?

Pois a mim mete-me nojo guisado de favas, e que eu saiba não é proibido por lei.

...



3 comentários:

Nikkita disse...

Pois...também não entendo. Sabes o que mete mesmo nojo? Pessoas que têm esse tipo de discurso homofóbico. E isso sim, deveria ser proibido por lei.

Post-it disse...

Yeaah! É a segunda vez no meu dia que penso um "motherf***er" à Hank Moody!


Também eu faço intenções de em conjunto com a Maria, ter e criar uma criança. Mas num destes dias em conversa com a minha irmã mais velha tentava fazê-la ver que também tinha sido criada apenas com a minha avó e isso não fez dela mais ou menos mulher, fez com que ela seja simplesmente a mulher que é. Mas ela agarrava-se ao argumento de que é uma atitude de egoísmo criar uma criança num ambiente diferente quando na escola a criança seria gozada. Por isso sabes qual é o problema? É que é a geração dos filhos da minha irmã que já terão que ter uma visão de que o amor é natural seja em pessoas do mesmo sexo ou de sexos opostos. Se ela (e tantos outros como ela) que se diz mente aberta, sem preconceitos não vê uma família em duas pessoas do mesmo sexo, torna tudo uma bola de neve. Eles arrastam a anormalidade nas duas cabeças e nós temos que aceitar as leis designadas por eles porque supostamente há algo de errado em nós por amarmos e querermos amar com sinceridade e aos olhos do mundo.

um quarto para duas disse...

Concordo! E depois discutem os "nossos" assuntos como se fossemos anormais e incapacitados "Será que têm condições para criar uma criança?", como se nós, pessoas homossexuais, descendessemos de extraterrestres. Esquecem-se que, na maioria dos casos, quem nos deu à luz foram heterossexuais, pessoas normais, como gostam de se apelidar!